Muitas vezes me questiono se tenho um comportamento sustentável, quer dizer, se tenho hábitos que me proporcionam qualidade de vida, e trazem benefícios para minha comunidade e para o planeta.
Recentemente adquiri uma casa com a intenção de transformá-la em um exemplo de casa "verde". Então começaram os conflitos.
Por trás do empreendimento havia um compromisso de criar um parque ecológico. Ótimo, porém todo ele foi edificado sem o menor cuidado ambiental.
O desmatamento da área aconteceu cheio de percalços, sem a coleta de espécies da fauna e flora, além de reaproveitamento zero da vegetação existente. Nenhuma árvore ficou de pé. Quando visitei o terreno fiquei desolada.
Depois que as casas começaram a ser construída, decidi fazer as alterações para uso de energia solar e captação de água de chuva. O projeto tornava essas alterações inviáveis. Além do alto custo para a instalação, provavelmente teria eficiência questionável.
Para completar há alguns meses da entrega das casas, o empreendimento foi embargado pelo IBAMA. Claro que no meio desse processo havia disputa entre poderes e posturas duvidosas.
O empreendimento depois de oito meses obteve o desembargo parcial. E pasmem, a minha futura casa permaneceu embargada pois se encontrava em local inadequado de acordo com os parâmetros do IBAMA.
Queria tanto proporcionar à mim e minha filha uma vida de contato com a natureza que me tornei vítima do meu idealismo.
Ainda não sei como essa novela vai terminar.
O que tenho certeza é de que não quero mais morar nessa casa. Acredito que ainda não chegou a hora da mudança.
Mesmo morando em apartamento, minha filha terá doses diárias de natureza. Porque a natureza está em todos os lugares. No nascer e por do Sol, na chuva, nas flores, borboletas, pássaros, no mar e na brisa que sentimos da nossa janela, no sorriso, no afeto ...
O importante é despertar nela esse amor pela vida através das coisas simples do nosso dia a dia.
No momento certo teremos a nossa casa dos sonhos.