Tudo começou em 1990 em uma campanha do Ondazul “Praia linda, praia limpa”. Cantava há alguns anos e tinha ingressado na Cia Clic. Fizemos o lançamento do disco em uma lanchonete cujo mezanino servia como sede da ONG. Lembro de Ivana me cedendo o local para troca de roupa.
Em 1992, seguimos para a ECO 92 no Rio de Janeiro. Lá senti a mobilização de gente muito séria com colocações contudentes sobre a grande ameaça dos moldes da vida de consumo dos países desenvolvidos.
Ainda no Cheiro, fizemos uma música em homenagem aos catadores de lata. Atividade ecológica que gera renda a uma população antes marginalizada. No ano 2000, ao lado de grandes músicos e profissionais, sob a direção de Paulo Atto, apresentei no Teatro Diplomata o show Canto para Natureza.
Reflexões ...
Por que ações tão óbvias como economizar água ou energia elétrica que no caso brasileiro significam a mesma coisa, não jogar lixo nas praias, rios, encostas e boeiros, ou a reciclagem do lixo nos grandes centros como solução para melhorar a vida útil dos aterros sanitários são objeto de campanhas e reportagens e mesmo assim não mudam os hábitos da população?
Ecologia já foi um tema elitizado, muitas vezes distante da realidade e do cotidiano das pessoas comuns. As pessoas pensavam em problemas ambientais como algo distante. O desmatamento da floresta Amazônica, da Mata Atlântica, o efeito estufa e a extinção de certos animais pareciam ser problemas dos outros. Mas agora sabemos como esses temas podem afetar a vida da gente. Verão mais quente, inverno mais frio, "invasão" de certos animais em áreas urbanas, novas doenças, pragas, acidentes naturais mais frequentes como terremotos, ciclones, tempestades. O que eu tenho a ver com tudo isso?
Contribuímos para a poluição ambiental com muita naturalidade pois o conforto é uma grande conquista do ser humano. Um casal de classe média pode se dar ao luxo de usar cada qual um veículo mesmo quando o destino é o mesmo? Uma família pode colocar no seu lixo latas, garrafas PET, papelão, vidro, embalagens tetrapak, baterias e restos de comida juntos porque o serviço de coleta não é seletiva? Em um país quente como o nosso, podemos tomar longos banhos de chuveiro, e usar a queda d’água como terapia enquanto nos ensaboamos, escovamos os dentes ou fazemos a barba? É sinal de limpeza varrer a calçada na frente de prédios com água, e ainda acrescentar muita espuma nesse processo? NÃO. Aonde nós vamos chegar com uma população mundial de mais de seis bilhões consumindo e poluindo o planeta dessa maneira?
O impacto ambiental nem sempre justifica o retorno de certos empreendimentos, principalmente porque muitas vezes privilegia apenas uma minoria, exclui a população local, aumenta a desigualdade social e termina por esgotar os recursos naturais da região.
Nenhuma tecnologia no mundo tem o poder de reverter o déficit ambiental que já criamos. Então o que podemos fazer?
Simples: reduzir o uso indiscriminado e irracional dos recursos que ainda dispomos e exigir que governos de todo o planeta atuem para emplementar políticas sustentáveis.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
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3 comentários:
Muito legal o que tu escreveste, mas precisa-se de consciência. Adianta reclamar? Sim, faz a diferença, mas se as pessoas não incutirem na mente a importância de mudar certos hábitos, nada vai pra frente. A educação é primordial. Mas temos isso? Não. Vejo que o Brasil é da minoria, onde essa pequena parte detem o dinheiro e lixem-se os outros. Dessa forma, tiro pelo Maranhão, ninguém quer investir em educação, pois tiraria dos políticos o poder da manipulação do eleitorado. Quem perde? O mundo. Como eu acredito em reencarnação, ainda quero voltar nesse planeta, se é que esse planeta ainda estará de pé!
É uma pena que poucos Carlinha tem consciência disso, de que estamos aniquilando os recursos naturais ainda existentes...
Questões como esta propõem reflexões,aliás, agir corretamente pede-se o mínimo de reflexão...mas as pessoas ñ gostam de pensar e nem têm tempo para tal...consumir é muito mais rápido e apresenta resultados imediatos..."ah, esse imediatimso"...culpado de tudo. além do q aprendemos desde cedo que "tempo é dinheiro" e reduzir significa "ter menos", adiquirir menos"...e uma reportagem na semana tem menos peso no modo de vida das pessoas do que as novelas, a mídia em geral e o mercado q nos impulsionam a consumir e a darmos satisfação do nosso consumo desesperamente.
a solução? ñ sei...mas eu experimentaria apostaria(falando do brasil) numa novela onde mostrassem famílias de classe "A", felizes e lindas, vivendo ecologicamente corretas e lutando por essa causa. seria um início...se a partir disso hollywood exportasse produções onde ecologia ñ é coisa de ativista pobre e esquerdista mas como algo comum aos milionários e aos favelados já estaríamos lançando moda...daew seria mais fácil realizar a parte final do trabalho: convencer as pessoas de q ecologia ñ é moda é "MODO"!!! E DE SOBREVIVÊNCIAAAAAAAAAAAAAA!!!
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