domingo, 17 de janeiro de 2010

Hoje acordei assim ... mas não me leve tão a sério.


Hoje acordei me sentindo culpada de tudo.
Temos dias difíceis. Todos nós temos dias difíceis.

Eu não vou negar que gostaria de ser aceita por todos. Que pretenção. Nem Jesus Cristo foi unanimidade. Mas o que não posso permitir é que pessoas que gosto tanto fiquem distantes de mim por qualquer mal entendido.

Quero começar a pedir perdão ao um velho amigo, radialista que gosto muito e que sempre me tratou com carinho: J. Mil desculpas por não ter ido ao seu programa no dia 28/12. Estava exausta e como acho que vou dar conta de tudo sozinha, dessa vez, não consegui. Entre ir ao programa e ficar com a minha filha, fiquei com Sarah e falhei com você.

Também quero pedir desculpas à minha ex produtora C, se por acaso não reconheci o seu trabalho.

Me desculpem, antigos, atuais e novos parceiros por ser mais artista do que “manager”. Muito complicado pensar em mercado quando sinto os primeiros acordes de uma boa canção.

Peço perdão a todos os meus ex maridos, namorados, casos, amantes ... na verdade, não foram tantos. O certo é que sempre temos momentos de incompreensão, egoísmo, visão turva ou estreita ... isso desencadeia o famoso desgaste da relação.

Peço perdão aos meu fãs por qualquer deslize. Sei que deveria me expor mais, me arriscar mais, talvez ser mais humilde e pedir ao papa, ao presidente, à Deus para estar mais perto de vocês. Sinceramente não sei o que fazer ... então eu canto. Apesar de alguns lapsos de insegurança, isso de fato, eu sei fazer.

Perdão meus amigos pela ausência.

Acho que duas taças de vinho tinto argentino foram suficientes para começar um tango.
Adoraria dançar tango. Não sei.
Adoraria tocar bem piano. Tentei. Ainda tento.
Adoraria ter minha mãe aqui, encarnada. Ela seria a única pessoa que deixaria cuidar da minha filha. Tenho certeza que não cometeria os mesmos erros que cometeu comigo. Provavelmente outros.
Adoraria cantar agora ... não consigo. Estou engasgada ...

Me sinto de lugar nenhum.
Formanda em jornalismo desde 1989, ambientalista desde 1990, agora assumidamente Verde e para alguns oportunista; cantora intérprete de tudo, uma das estrelas do Axé music da década de 90, traidora do movimento ao gravar o GRANDE e MARAVILHOSO Gilberto Gil, eclética demais para o mercado e sem rumo porque detesto ter que cantar tanta porcaria e não tenho grana para estar na mídia popular.

Estou sozinha ... não tenho turma.
Não sou MPB porque amo aqueles tambores e o balanço do trio. Não sou Axé porque amo cantar letras e melodias que enaltecem a sensibilidade humana. Não sou clássica porque amo cantar e sambar um bom pagode, mas não sou pagodeira, pois não bebo, não como churrasco e não uso figurino “apropriado”.

Estou confusa?
Como disse no início, hoje não é um dia fácil.
Agora preciso decidir: por que blogar, por que não blogar?
Como poucas pessoas visitam as minhas memórias, acho que posso arriscar compartilhar minhas inquietações com algumas pessoas queridas.
Agora por favor, não me venha com receitas prontas. Afinal de contas, eu sou Carla Visi, uma das melhores cantoras dessa terra.
Aliás, adoraria sentir a minha voz em todos os cantos da terra. Levando Amor, Paz e outros sentimentos sublimes.
Mais uma vez, pretenciosa ... fui.